comportamento

Enruivar ou não, eis a questão? (E filosofia da tela em branco)

02:30


Boa madrugada.
Já ouvi que o certo é nós, gurias-garotas-mulheres, sermos naturais: maquiagem só em datas específicas (e discreta), cabelos no tom original. 
Sinceramente, eu acho que muitas vezes esses conceitos de "certo" e "errado" são criados por nós mesmo pra nos limitar: a menos que x ação interfira no bem-estar do outro, é muito complicado delimitar o que é bom e ruim. Tudo é muito relativo. Todos somos muito relativos. Não somos pontos e retas num plano cartesiano, somos rabiscos desenhados a lápis no papel de pão. Variados, instáveis, tantos. E de tantas formas. Como diria Gessinger: "Há tantos quadros na parede/Há tantas formas de se ver o mesmo quadro".

Okay, mas o que isso tem a ver com Enruivar e o que é a filosofia da tela em branco?

Eu nos vejo como telas em branco.
Telas, dessas de quadro, sabe? Completamente sem nenhuma cor ou textura. Nus em pelos e peles.
E cabe a nós mesmo decidirmos como esta será pintada, desenhada, colorida. Quais formas, relevos, como serão as pinceladas que daremos. É por essa tela que exteriorizamos quem somos, mudamos-a de acordo com mudanças interiores. 
Minha tela pode ser mais suave, com tons claros e leves. Ou mais dramática, com traços bem marcados e cores que gritam. Pode ser mais realística, mais fantasiosa. Posso modificá-la por inteiro ou deixá-la mais in natura. É a MINHA tela. É como sou, é consequência de quem sou.
Posso pintá-la de branco novamente e recomeçar a qualquer momento. Posso cuidar dela todos os dias ou deixar que o tempo o faça. É a minha, somente minha, tela. 

(via)
Talvez por influência de muitos animes e de muita internet desde piá, comecei a azular meu cabelo pelos 13-14 anos. Variei pouco desde então, passando por cerca de uns 50 de tons de azul. Mas esse texto não é sobre minha trajetória capilar e sim sobre quando chega a hora de mudar. Passei todos esses anos me traduzindo nessa cor.  Pode parecer futilidade, mas lembre-se: é a minha tela. 
Sempre fui muito fã de personagens ruivas(os), sempre achei que o vermelhão tem uma força enorme (tanto que não tiro dos lábios). Ainda não to completamente certa, fico meio insegura: e se não ficar legal? E se demorar pra sair? E se eu sentir falta do blue? Nem me reconheço! Poxa, é só um cabelo, se não der certo mudo de novo. E de novo. E se eu perceber que o que me faz é a cor do mar, volto a ser sereia. Mas ficar parada não dá, né? 
Mudar por dentro exige mudar por fora.

Minha inspiração ruivística. Olha que poder! (via)
Continua no próximo episódio.

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